Naquele dia, ele que me colocou
para dormir, disse apenas para escovar os dentes e dormir bem. Abracei o Tuti e
senti saudades da mãe. Aí me deu uma vontade de tomar chocolate quente, assim,
com bastante chocolate, como ela preparava. Tentei dormir. Virei para o outro
lado, só que a vontade não passou. Virei de novo – e nada. Dali a pouco, minha
barriga começou a se manifestar. Levantei da cama, deixei o Tuti tapado com as
cobertas e fui rumo à cozinha, decidida a preparar o tal do chocolate quente.
Nessa hora, ouvi meu pai falando – justo ele que nunca foi de muitas palavras!
E falando com quem?
Perto da porta – entreaberta –
espiei. Lá estava ele, de joelhos, falando. Surpresa, até esqueci do chocolate
quente. Do lado dele, também me ajoelhei.
Foi a primeira vez que
conversamos com Deus.
Agora, fazemos isso sempre, nós
três, porque a mãe voltou.