segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Cozinha


Um lugar de espera, de preparação, de sabor, de sabedoria, de tempos e tempos, de temperar, de servir, de amar. A vida é uma grande cozinha.

O livro de receitas do Menino Maluquinho foi minha primeira aquisição, quando recebi minha primeira mesada. Sempre fui maluquinha por cozinha. Não cheguei a usar uma panela na cabeça, mas gostava de sentar na pia, para mexer no fogão e conversar. Na cabeça, gosto mesmo é de guardar e reinventar receitas e recordações.
          
Na cozinha, aprendi a me preparar: para recomeços, ao a lavar a louça; para o Natal, com bolachas coloridas; para celebrar aniversários, com tortas de bolacha e docinhos; para um novo dia, com café da manhã; para prosear, com chimarrão - aquecer a água, o papo e o coração - ouvir histórias, conversar, decidir, rir; para serenar, com um chá de cidreira ou hortelã. 

Em volta da mesa, a vida dá tantas volta, não é mesmo?



domingo, 10 de janeiro de 2016

Sentidos






O sentido da árvore
É para o céu
Crescer

O sentido do rio
É para o mar
Verter

O sentido de nós
É para Deus
Viver

E nEle
Amar, servir, adorar



terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Bandas do mar






Amar, por vezes, é contemplar o mar de longe, em terra seca. Depois, na areia, mais de perto se deixar tocar pela maresia. Decidir entrar. É usufruir das ondas do  convívio, do cotidiano.

E é coragem de mergulhar em alguém e vislumbrar corais que compõem a arquitetura, a sinfonia de seu interior. É se reconhecer ali. Vez ou outra, uma surpresa. Encontrar pérolas. Sorrir diante do arranjo singular. É sempre voltar para a superfície e decidir, mais uma vez, encarar as ondas e mergulhar - ouvir as bandas do mar.

Abrigo, alívio, compreensão.

Amar em superfície e em profundidade: um oceano de encontros.