domingo, 12 de agosto de 2012

Meu pai nunca foi de muitas palavras.


Naquele dia, ele que me colocou para dormir, disse apenas para escovar os dentes e dormir bem. Abracei o Tuti e senti saudades da mãe. Aí me deu uma vontade de tomar chocolate quente, assim, com bastante chocolate, como ela preparava. Tentei dormir. Virei para o outro lado, só que a vontade não passou. Virei de novo – e nada. Dali a pouco, minha barriga começou a se manifestar. Levantei da cama, deixei o Tuti tapado com as cobertas e fui rumo à cozinha, decidida a preparar o tal do chocolate quente. Nessa hora, ouvi meu pai falando – justo ele que nunca foi de muitas palavras! E falando com quem?

Perto da porta – entreaberta – espiei. Lá estava ele, de joelhos, falando. Surpresa, até esqueci do chocolate quente. Do lado dele, também me ajoelhei.

Foi a primeira vez que conversamos com Deus.

Agora, fazemos isso sempre, nós três, porque a mãe voltou.