sábado, 3 de agosto de 2019

Montanhas


Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro?  O meu socorro vem do Senhor , que fez o céu e a terra. Salmos 121:1‭-‬2

Da profundeza de um vale, olho para as montanhas. As montanhas são picos nas alturas. Lá de cima, há outra perspectiva. No horizonte,  há outros picos que podem ser vistos de cima. Montanhas atravessam nuvens. Montanhas se erguem em meio ao azul e ao mar de espumas brancas, passageiras, flutuantes. Montanhas são alturas. Montanhas são profundidades. As montanhas mais altas começam muito antes dos seus picos. Montanhas são pontes entre vales e céus.

Elevo os meus olhos para os montes. Por vezes o pico é neblina. A montanha é mistério. É encoberta. Podemos saber que nossos pés tocam a montanha e pouco dela ou da vista compreendemos. A montanha é terra e céu. E o socorro vem do Senhor, do Criador do céu e da terra. O socorro vem até nós.

segunda-feira, 29 de abril de 2019

Fotografia


Grafia da luz nas linhas da memória. Anos-luz. Como estrelas, as fotografias são o brilho do passado diante dos nossos olhos. Travessia nos céus escuros. Da noite, o que restou dos dias. Brilhos. O tempo passa: câmara escura, revela o que fica, acende o que permanece. Universo de revelações: ver estrelas, rever a vida no céu do coração. Recordações.

E nada melhor do que o céu do interior para contemplar as estrelas, um céu mais escuro, mais livre, menos ofuscado, mais vívido. O céu do interior. Um céu aberto. Um céu que se revela. Mas o céu continua o céu, em movimento, ligamos os pontos das nossas distâncias, diante do mesmo céu, afinal. Cantou Vinícius de Moraes, quando a luz dos olhos meus e a luz dos olhos teus resolvem se encontrar: fotografias.