terça-feira, 11 de agosto de 2015

Árvores


Quando criança, depois da aula, esperava meus pais virem me buscar na escola. Nessa espera, crescia em árvores. Contemplava árvores. Subia em árvores. Nomeava árvores. Sim, nomeava as árvores com as quais compartilhava dessa espera.

Árvore dos Sonhos. Era um plátano grande, de troncos espessos, que sustentavam uma ponte. Lugar de travessia, de olhar para o alto e ver folhas verdes, depois amarelas, laranjas,  marrons, leves, caindo, pairando pelo ar, como sonhos que se vão, ao vento, depois galhos secos, e, então, tudo outra vez,  novinhas em folha: verdes.

Árvore da Esperança. Essa não era tão grande, mas perene, sempre verde. Não era fácil de subir, mas era acolhedora para ficar lá, sentada, ou então subir até o topo e vê-la de folhas para baixo, também olhar para o horizonte, para além do pátio da escola.

Continuo, ao longo da vida, à espera do Pai. E essa espera pode acabar em um instante, mas pode demorar um pouco mais; porém, não precisa ser entediante, pode ser repleta de aventuras, de histórias, de árvores, de nomes, de Sonhos, de Esperança.

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