quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Aurora





Ela vem aos sábados, sem igual. Com um brilho cansado e aroma de café, entra na sala, puxa uma cadeira, senta do outro lado da mesa, diz umas palavras do mundo de fora e amanhece em mim um fio de esperança. Não sei o que dizer, nem sei se quero dizer alguma coisa, prefiro ouvir sua voz, sua paz, mais uma vez. Ela abre o livro, lê algumas linhas. Essas linhas me envolvem, às vezes, me tecem, noutras me desfiam. É, não são como as grades essas linhas. Recebi uma porção delas encadernadas, só que vazias, para preencher comigo – o que faço, enquanto Aurora não chega. O tempo está passando escuro, assim, sem Aurora. Estou exausto de mim. E ela não chega com sua voz, sua paz, mais uma vez.




Só vivendo alguns meses com os prisioneiros é possível conhecer a sua vida. Só levar doações para os prisioneiros não é o suficiente. Dessa maneira eles se tornam máquinas. É preciso ouvi-los e trocar pensamentos

Elsa Brändström

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

- Te perdoo.


- O que você disse?

- Te perdoo.

- Como assim?

- Te perdoo.

- Mas não se perdoa no meio de uma briga.

- Claro que não: aí a briga chega ao fim.



FIM




sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013


A leveza da pena

não se compara

ao peso de um gesto:






                                         E

                                         T
                                         E
                                         N
                                         D
                 Amou - Os até o fim
                                       
                                         O
                                         S
                                     
                                         A
                                         M
                                         A
                                         D
                                         O