Os
rostos se aproximam, abrem-se em sorrisos, em um disparo de flash, lá está a
foto de família. E como descrevem os versos de Leoni, “o que vai ficar na
fotografia, são os laços invisíveis que havia”. Triste quando as pessoas se
aproximam apenas para a fotografia, quando família pode ser mais que vínculo de
imagem, de sangue, de genes ou de pura tradição: pode formar laços invisíveis
nas minúcias do dia a dia, em grande parte, quando ninguém está vendo. É uma
estrutura tão complexa que pode ser capaz de formar algo tão firme e, ao mesmo
tempo, tão flexível.
Firme. Baseada em
princípios, uma família é firme ao dizer sim e também ao dizer não, formando um
porto seguro, em que seus membros não são estáticos, ancorados, mas juntos
formam um partir e chegar, compartilhando descobertas. E, por mais que naveguem
por mares distantes, permanecem enraizados no que há de eterno e bom, e não
necessariamente os prende ao chão.
Flexível. Isso para que os braços consigam
se esticar em um abraço, em um gesto sincero de amor, sem aquela rigidez seca
que se desfaz em pedaços nos primeiros obstáculos. Flexível para aceitar cada
um como realmente é, tornando possível conhecerem-se de verdade.
“Saber amar, saber deixar alguém te amar”, Herbert Viana cantou o que é importante aprender a cada momento, sendo que a família é a melhor escola, em que chegamos completamente dependentes, chorando, necessitados de atenção e carinho. Quando crescemos, podemos escolher entre trilhar um caminho em busca da independência de tudo e de todos, ou de interdependência, cientes de que ainda necessitamos de atenção e carinho, mas não somos os únicos e, sabendo disso, há muito para se fazer.
“sois da família de Deus” Ef.2:19
* Outro texto que escrevi no Ensino Médio. Transbordando lembranças aqui.
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