Em um sobressalto, Sun hee jogou
o livro para baixo da cama, levantou-se e aproximou-se da janela. Com os dedos,
de leve, abriu uma fresta na persiana. Nada lá fora. Um susto tão grande por um
pulo de gato, uma queda, um barulho. Da fresta, um rio de luz percorreu o
quarto. Ela respirou fundo. Ar de quem se esvazia de angústia. Ar de alívio.
Voltou para perto da cama.
Ajoelhou-se. Esticou o braço. Dos confins, pescou a Palavra
e continuou a ler: Bendito seja o Deus e
Pai de nosso Senhor Jesus Cristo! Conforme a sua grande misericórdia, ele nos
regenerou para uma esperança viva, por meio da ressurreição de Jesus Cristo
dentre os mortos - 1 Pedro 1:3.
Saiu de casa para sua rotina de
domingo. Era Páscoa, mas tudo funcionava como em um dia qualquer, como se nada
fosse ou pudesse ser diferente. Mas era Páscoa.
Quando atravessou a rua em frente
ao hospital, passou por Taeyang. Olharam nos olhos um do outro e sorriram –
para eles tudo era diferente – um sorriso de Feliz Páscoa, sem qualquer
palavra, apenas a Palavra queimando por dentro. E pelas frestas dos olhos
alongados, um rio de luz iluminou ainda mais aquele dia de esperança viva, de
travessia, de Páscoa. Em margens opostas, seguem a navegar e, feito faróis, a
iluminar dias sombrios.
Que aqueles que perseguem
cristãos passem a seguir a Cristo. Amém.
*Nossos irmãos norte-coreanos
sofrem severa perseguição. Para mais informações sobre a Igreja Perseguida: https://www.portasabertas.org.br/
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